Por: José Lúcio Nascimento
Júnior
Quando
pensamos as funções do Gestor Escolar e/ou do coordenador pedagógico logo nos
vem em mente um profissional que vive envolto em atividades burocráticas[i].
Pouco tratamos ou observamos que uma das áreas de atuação deste
profissional é a aprendizagem, seja dos alunos, seja dos docentes. Assim, neste espaço visamos relacionar o tema
APRENDIZAGEM, a idéia de formação continuada, pois ao cuidar do pedagógico o
coordenador e/ou Gestor deve-se preocupar também em como estar o trabalho
docente.
Cabe
ao coordenador criar espaços de interação onde os docentes possam compartilhar
e ampliar seus conhecimentos sobre aprendizagem. Sendo assim, se faz necessário
compreender sucintamente como Lev Vygotsky (1896-1934), Jean Piaget (1896-1980)
e Henri Wallon (1879-1962) compreendem o processo de aprendizagem. Vejamos um pouco das idéias destes autores.
O
Professor e o Coordenador devem compreender que o ser humano é um animal
cultural, ou seja, devemos compreendê-lo em ser espaço de interação social. Para
Vygotsky o que diferencia o homem dos animais consiste no raciocínio, pois
assim ele pode compreender e ampliar os signos e sua vivência social. Muitas
vezes, é essa falta de compreensão do universo da criança que leva a formulação
de estereótipos, por parte do corpo docente.
A
mudança ocorre, para a postura esperada na escola, lentamente no caso da
criança, porque é a vivência que leva a internalização de novos signos. O que
significa dizer que a criança aprende e muda seus hábitos a partir da vivência
que tem na escola e em outros ambientes.
Por isso, dizemos que o desenvolvimento ocorre de fora para dentro,
conforme nos ensinou Vygotsky.
Com
os estudos piagetianos aprendemos que a criança e o adolescente têm fases de
desenvolvimento. Não da para uma criança na fase sensório-motor (0 – 2 anos)
ter compreensão abstrata. Além disso, tais estudos destacam que a assimilação
de novas informações gera a acomodação.
A nova informação gera desequilíbrio que precisa ser equilibrado através
da acomodação desta nova.
Todavia,
tanto o Coordenador como o Professor não devem esquecer que o estudante não é
apenas cognição. Como nos ensina Wallon, temos que recordar os aspectos
afetivos e psicomotores. Tal pensador ressalta que o biológico e o social devem
ser considerados ao pensarmos nossos alunos.
Para
Wallon, o desenvolvimento não é linear. Marca-se pela alternância entre o
afetivo e o cognitivo. É a partir dessa alternância que existe a possibilidade
de desenvolvimento de aprendizagem. Como nos lembra Rubem Alves, a escola não
seria apenas local de tortura, seria local de ALEGRIA e de APRENDIZAGEM (ALVES:
2000). Não há como agir com emoção e com a cognição ao mesmo tempo, mas ambos
são necessários para a vida escolar.
Por
fim, realizar espaços de formação continuada desconsiderando as idéias
trabalhadas nas linhas subjacentes pode nos levar a trabalhar com os saberes
e/ou os alunos de forma fragmentada. Assim, apenas com estudo e troca de
experiência podemos melhorar a Educação.
Referencias
Bibliográficas:
ALVES,
R. A Alegria de Ensinar. SP:
Papirus, 2000.
ALECRIM,
C. G. M. Desenvolvimento Humano e
Aprendizagem. Brasília: CETEB, 2010.
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